A história do aposentado Adonias
Dantas da Silva, de 66 anos, seria cômica se não fosse trágica. Transportado
numa ambulância de Campina para Catolé do Rocha, onde ficaria internado no
Hospital Regional, simplesmente Adonias não chegou. Caiu da ambulância no meio
do caminho e o motorista só deu pela sua falta quando chegou ao destino. Seu
estado, claro, é grave, pois além de queda, coice, melhor dizendo, além da
doença que o levou a ser internado no Hospital Universitário de Campina, tem
que curar as mutilações provocadas pela queda do carro em altíssimo movimento.
De acordo com o delegado regional
de Catolé do Rocha, Sílvio Rabelo, que investiga o caso, o paciente passou
alguns dias internado em Campina por causa de um Acidente Vascular Cerebral
(AVC), mas tinha recebido alta hospitalar devido a melhora no estado de saúde.
“A ambulância vinha trazendo o
paciente para o hospital de Catolé do Rocha e, ao passar por um trecho da
rodovia estadual, Adonias Dantas caiu e ninguém percebeu o acidente”, comentou
o delegado. O aposentado foi lançado para fora do veículo, caiu na estrada e
acabou tendo vários ferimentos graves.
Silvio Rabelo disse que quando a
ambulância chegou ao hospital de Catolé do Rocha, parentes esperavam pelo
aposentado. Quando os enfermeiros abriram a porta do carro, o homem não estava.
“Foi uma surpresa. Os enfermeiros
e motoristas não souberam informar o que teria ocorrido. Familiares se
desesperaram e houve uma confusão no hospital. O pessoal que estava na
ambulância fez o mesmo percurso e encontrou o aposentado ensanguentado na
PB-325 e amparado por populares”, comentou Silvio Rabelo.
Para minimizar sua
responsabilidade sobre o ocorrido, o motorista da ambulância teria dito que a
gravidade dos ferimentos de Adonias teria sido provocada por um atropelamento
após a queda da ambulância. Testemunhas que socorreram o ancião, desmentiram
essa versão.
O delegado revelou que o caso
está sendo investigado e os ocupantes da ambulância poderão responder por lesão
corporal e tentativa de homicídio, caso o idoso sobreviva. Caso o homem venha a
óbito, a situação dos responsáveis pelo traslado do paciente ficará ainda mais
complicada.
(Folha do Sertão com uma
pitadinha do tião)