Países do G7 se comprometem a deixar de comprar petróleo da Rússia, e EUA anunciam novas sanções

Refinaria da empresa Gazprom Neft nos arredores de Moscou – Foto: NATALIA KOLESNIKOVA / AFP

Os países do G7, grupo formado por sete das mais desenvolvidas economias do planeta, concordaram em eliminar gradativamente ou banir as importações de petróleo vindo da Rússia, uma das principais fontes de financiamento do Kremlin em meio a uma série de sanções contra setores vitais de sua economia.Reunidos de forma virtual, os líderes de EUA, Japão, Alemanha, França, Reino Unido, Itália e Canadá se comprometeram a intensificar a pressão contra o presidente Vladimir Putin, em uma tentativa de forçar a interrupção do conflito na Ucrânia.

Segundo o comunicado final, os países dizem que o corte das importações de petróleo será realizado “de uma maneira pontual e ordenada, e de forma a dar tempo para que o mundo garanta fontes alternativas de suprimento”.“Enquanto fazemos isso, trabalharemos ao lado de nossos parceiros para garantir fontes globais de energia estáveis e sustentáveis, além de preços justos para os consumidores, incluindo ao acelerar a redução de nossa dependência total de combustíveis fósseis e nossa transição para uma energia limpa, de acordo com nossos objetivos climáticos”, diz o texto. Não foram especificados os compromissos individuais de cada um dos países sobre o corte ou a redução de importações de petróleo russo.

Medidas contra o setor energético russo estão entre as ferramentas mais duras para pressionar e punir o Kremlin, que se veria sem maneiras de recuperar o dinheiro perdido de seus tradicionais clientes. Contudo, ao mesmo tempo em que países como os EUA e o Reino Unido já anunciaram o bloqueio às exportações de itens como petróleo e gás, os parceiros europeus ainda relutam em apoiar a iniciativa.

Na semana passada, a União Europeia (UE) sinalizou que tomaria passos para cortar o consumo de petróleo russo, mas a tarefa não será nada simples: estima-se que a Rússia forneça cerca de um quarto de todo o produto consumido pelos países do bloco, e encontrar fornecedores de tal escala no momento em que há alta demanda global por petróleo, não é algo simples ou que possa ser feito de um dia para o outro.

Pelo plano anunciado na sexta, a UE estabeleceu um prazo até o fim do ano para que os países não comprem mais petróleo e derivados da Rússia — países que vêm se opondo a um corte repentino por dependerem fortemente da energia russa, como Hungria e Eslováquia, terão um prazo maior, até o fim de 2023, segundo fontes internas.

Já no caso do gás, que também foi banido pelos EUA, não há um consenso sobre o eventual corte dos suprimentos para a UE: em março, o bloco apresentou um plano para reduzir o uso de gás russo em dois terços até o fim do ano, e prevê ações para suspender completamente seu uso até 2030. Contudo, nações como a Hungria prometem barrar qualquer política que afete suas necessidades energéticas a curto prazo.

*O Globo

Postado em 8 de maio de 2022