O papa Francisco proclamou ontem (4) santa a madre Teresa de Calcutá, numa cerimônia na Praça de São Pedro, no Vaticano, que conta com a presença de milhares de pessoas.
“Declaramos a abençoada Teresa de Calcutá santa e vamos inscrevê-la entre os santos, decretando que ela seja venerada enquanto tal por toda a Igreja”, afirmou o papa Francisco, pronunciando a “fórmula de canonização”.
Cem mil pessoas e mais 15 delegações oficiais assistiram à missa realizada no Vaticano sob forte dispositivo de segurança.
Conhecida em vida como “a santa das sarjetas”, Madre Teresa de Calcutá foi transformada em santa pela Igreja Católica 19 anos após sua morte. Vencedora do Prêmio Nobel da Paz, ela foi uma das mulheres mais influentes dos 2 mil anos de história da religião, aclamada por seu trabalho com os mais pobres nas favelas da cidade indiana de Calcutá.
A missa para o canonização começou às 10h18 deste domingo (horário local, 5h18 em Brasília) com o canto do hino do Jubileu da Misericórdia. Em seguida, Francisco entrou na praça de São Pedro na habitual procissão. Participam da cerimônia 70 cardeais, 400 bispos e 1,7 mil sacerdotes.
O Papa conheceu Teresa pessoalmente, por ocasião de um sínodo de bispos em 1994, em Roma.
Na homilia da cerimônia de canonização, Francisco elogiou seu trabalho “em defesa da vida humana”, garantindo que ela fez “sentir sua voz aos poderosos da terra para que reconhecessem suas culpas diante dos crimes da pobreza criado por eles mesmos”.
Disse que Madre Teresa ao longo de sua vida esteve “à disposição de todos por meio da recepção e a defesa da vida humana”. Elogiou sua luta contra o aborto e recordou que sempre dizia que “quem ainda não nasceu é o mais frágil”.
Caridade
Embora criticada durante a vida e após a morte, Madre Teresa é reverenciada pelos católicos como um modelo de compaixão que levou alívio aos doentes e moribundos, abrindo filiais de suas Missionárias da Caridade (M.C.) em todo o mundo.
As Missionárias da Caridade tiveram origem em uma pequena congregação, que se transformou em uma rede que hoje conta com 4.500 religiosas trabalhando em cerca de 700 casas dedicadas a ajudar os mais desfavorecidos em mais de 130 países.
Madre Teresa de Calcutá morreu em 1997, aos 97 anos. Ela havia sido beatificada pelo Papa João Paulo 2º em 2003, o último passo antes da canonização.
A canonização, decretada pelo papa Francisco a 15 de março, aconteceu um dia antes do 19.º aniversário da morte de Teresa de Calcutá, fundadora da Ordem das Missionárias da Caridade.