Pastor é um dos envolvidos na morte do prefeito de João Dias, diz delegado

Delegado trouxe informações acerca das investigações realizadas pela Polícia Civil. Foto: Douglas Lopes

Em um desdobramento da investigação acerca da morte do prefeito de João Dias, Marcelo Oliveira, e de seu pai, Sandi Oliveira, Polícia Civil deflagrou uma operação que culminou na prisão de um pastor, suspeito de colaborar com os mandantes do crime, responsáveis pela logística e planejamento. A ação, denominada Profanus, envolveu ainda o cumprimento de seis mandados de prisão ao todo, mas os demais suspeitos não foram localizados. As informações foram confirmadas pelo delegado Alex Wagner, diretor da Divisão de Polícia do Oeste, em coletiva concedida na tarde desta sexta-feira (27).

De acordo com o delegado, o líder religioso tinha um relacionamento próximo com os outros mandantes do crime, entre eles a ex-prefeita Damária Jacome e a vereadora reeleita Leidiane Jácome, que se encontram entre os foragidos. O delegado reforçou ainda que, conforme as investigações apontam, o pastor não foi coagido, mas contribuiu voluntariamente. Ele concedeu a localização do prefeito e de seu pai, Sandi Oliveira para os assassinos, que os mataram enquanto eles realizavam um comício política na cidade.

“Foi ele quem, em momentos antes do crime, disse onde estava o prefeito para que os executores realizassem o assassinato”, disse.

Wagner relatou ainda que um culto religioso foi cogitado como momento para a realização do homicídio. O objetivo dos mandantes, segundo o delegado, era surpreender o prefeito em um momento de maior vulnerabilidade, considerando que este possuía uma milícia armada responsável por sua segurança. “Cogitou-se isso porque era um momento em que ele estaria mais exposto e vulnerável. Porém, encontraram um melhor momento quando eles estavam fazendo uma campanha política, visitando a casa dos moradores. Entao vieram os sete executores e o mataram”, disse. As conversas no âmbito do plano criminoso ocorreram por meio de mensagens e conversas informais.

Questionado se o caso poderia ser classficado como um crime político, Alex Wagner salientou que o assassinato também está relacionado a motivações pessoais. Por isso, este enquadramento poderia ser excludente, ao desconsiderar os outros fatores. “Caracteriza-lo só assim não é o ideal, porque também há motivações pessoais. Existe uma divergência de família. Classficar dessa forma pode fazer a população pensar que ele foi morto apenas porque ele era político. Claro que esse é um dos ingredientes para juntar toda a motivação. Desde a divergência há três anos atrás pelo cargo de prefeito, até os acontecimentos pessoais que envolveram a morte de de alguns irmãos da família Jácome”, explicou.

Ações

O delegado comentou ainda as ações que a Polícia Civil deve implementar para dar prosseguimento ao caso. Ele contou que os agentes estão contatando os advogados responsáveis pelas defesas dos suspeitos, mas as diligências para localiza-los continuam.

No âmbito da investigação, foram abertos três inquéritos para investigar a milícia que protegia Marcelo Oliveira, os executores do crime (sendo sete homens e um motorista, chamado para apoio na fuga destes) e os mandantes do crime.

*Tribuna do Norte

Postado em 27 de dezembro de 2024