Polêmico caso da Família Pesseghini: Polícia conclui que menino matou a família em SP
O relatório final da investigação chefiada pelo delegado Charlie Wei Ming Wang aponta o estudante Marcelo Pesseghini, 13, como autor dos assassinatos do pai, Luís Marcelo Pesseghini, 40, sargento da Rota (tropa de elite da Polícia Militar), a mãe, Andréia Bovo Pesseghini, 36, cabo da PM, a avó Benedita Bovo, 67, e a tia-avó Bernadete Bovo, 55.
Desde o dia seguinte ao dos crimes, a polícia já apresentava como principal linha de investigação a possibilidade de o menino ter matado a tiros a família e se suicidado em seguida.
O inquérito foi enviado na última sexta-feira (16) ao MP (Ministério Público), que recebeu os nove volumes, com mais de 2.000 páginas, nesta segunda-feira (19).
De acordo com a SSP (Secretaria de Segurança Pública), a investigação só foi encerrada agora porque a polícia estava à espera de esclarecimentos do IC (Instituto de Criminalística) sobre parecer médico-legal independente que contesta a tese da polícia.
O parecer cita que marcas na mão e no braço do menino seriam “lesões de defesa, indicativas que a criança, antes de ser executada, tentou defender-se”. O documento afirma também que, pela posição que o corpo de Marcelo foi encontrado, é improvável que ele tenha se matado.
Soglio informou que vai esperar o posicionamento do MP para avaliar se pede que seja realizada uma nova investigação.
Caso controverso
Laudos da polícia mostraram que, após matar os pais, a avó e a tia-avó, Marcelo foi até a escola dirigindo o carro da mãe, levando uma mochila com papel higiênico, peças de roupas, uma faca, um revólver e R$ 350 em dinheiro. Depois de assistir às aulas, o adolescente teria voltado para casa de carona e cometido suicídio.
Em agosto do ano passado, o médico legista George Sanguinetti afirmou, em entrevista ao UOL, que o filho do casal de policiais foi assassinado junto com os pais.
Em depoimento à corregedoria da PM, o comandante disse que não houve nenhuma investigação no batalhão sobre esquema de roubo de caixas eletrônicos envolvendo integrantes da corporação. Cerca de uma semana depois, Pereira foi afastado das suas funções na chefia do batalhão para tratamento de saúde.