Os representantes dos servidores que atuam na Segurança Pública do Rio Grande do Norte realizaram uma coletiva de imprensa, na manhã desta quinta-feira (4), com objetivo de cobrar do Governo do Estado melhores condições para o combate a violência e de mostrar a sociedade que os operadores da Segurança têm planejamento estratégico e sugestões que não são aproveitadas pelos gestores.
A coletiva foi realizada pelo Fórum de Servidores da Segurança, que conta com as seguintes entidades: Sindicato dos Policiais Civis e Servidores da Segurança Pública,
Associação de Cabos e Soldados da PM, Associação de Subtenentes e Sargentos da PM, Associação dos Bombeiros Militares, Sindicato dos Policiais Federais, Sindicato dos Agentes Penitenciários, Sindicato dos Guardas Municipais, Sindicato dos Agentes de Trânsito e Sindicato dos Policiais Rodoviários Federais.
“Esse grupo foi formado em 2014 e vem se reunindo desde então para estreitar os diálogos, projetos e sugestões a serem postas em prática pelos governos. Nesse período, já realizamos várias reuniões, seminários e atos públicos, bem como elaboramos um documento com pontos que consideramos cruciais para a retomada do controle da segurança por parte do Estado.
Entregamos esse documento ao Governo do Estado e solicitamos uma reunião com o governador Robinson Faria, em novembro do ano passado, e até hoje o Fórum não foi chamado a participar de nenhuma reunião ou planejamento de ações. Ou seja, o Governo e os gestores da Segurança excluem os próprios operadores e o resultado é esse que estamos vendo nos últimos dias”, argumenta Paulo César de Macedo, presidente do SINPOL-RN.
No documento, estão propostas para curto, médio e longo prazo, como: Integração entre as forças policiais municipal, estadual e federal, através do comitê integrado de emergência das forças de segurança pública no RN; Fortalecimento da investigação e inteligência policial; Melhoria e manutenção das instalações das unidades de segurança pública, com reformas, construções e padronização; Valorização dos Agentes de Segurança Pública e definição da carga horária para garantir o descanso semanal; Transferência imediata dos líderes dos grupos criminosos que atuam nos presídios estaduais do RN para o presídio federal de Mossoró; Captar recursos públicos para reestruturação dos presídios; Efetivação do regime disciplinar diferenciado nos presídios do RN; Realizar força tarefa entre o Judiciário, SEJUC e Defensoria Pública para analisar a população carcerária; Imediato planejamento de ingresso através de concursos públicos para preenchimento das vagas em aberto nos quadros de todas as forças policiais; Interligação de todo sistema de segurança através da rede mundial de computadores e rede interna; e Reformulação do currículo de formação dos operadores de segurança pública.
“Muitos desses pontos e outros que constam no documento dizem respeito diretamente ao que está acontecendo atualmente no Rio Grande do Norte. Nós, enquanto operadores da Segurança, já prevíamos que algo desse tipo pudesse acontecer a qualquer momento e fizemos inúmeros alertas. Mas, infelizmente, não fomos ouvidos”, comenta Dalchem Viana, presidente da Associação dos Bombeiros Militares.
A presidente do Sindicato dos Agentes Penitenciários, Vilma Batista, também participou da coletiva.
Ela ressaltou que a instalação de bloqueadores de celulares é uma reivindicação antiga dos agentes penitenciários. “No entanto, entendemos que não houve um planejamento adequado para isso nem para as possíveis consequências”.
Ainda durante a coletiva de imprensa, os integrantes do FOSEG reiteraram a necessidade de haver um diálogo entre os gestores da Segurança e os operadores, de forma que se possam caminhar juntos. “Esperamos que, agora, diante dessa crise, o Governo do Estado entenda que são os operadores, que estão na linha de frente, que mais conseguem identificar os problemas em sua origem e que podem apontas soluções”, destacou José Aquino, presidente do Sindicato dos Policiais Federais no RN.
Todos os representantes de sindicatos e associações presentes também louvaram a atitude heroica dos policiais e agentes penitenciários nesses últimos dias, que se doaram ao máximo para controlar a onda de atentados. Os membros do FOSEG lembraram que, mesmo com promoções, níveis, diárias operacionais e salários atrasados, os servidores não se omitiram e foram para as ruas na caça aos bandidos.
*Portal BO