Uma estátua de Baphomet, uma criatura alada com cabeça de bode, foi
temporariamente instalada em frente ao Capitólio estadual de Arkansas na
quinta-feira (16), durante uma manifestação que pedia a retirada de um
monumento em homenagem aos Dez Mandamentos que existe naquele local.
O protesto foi organizado pelo Templo Satânico e reuniu cerca de 150
satanistas, ateus e cristãos, defensores da Primeira Emenda da
Constituição dos EUA.
O Templo Satânico diz que o monumento aos Dez
Mandamentos viola a liberdade constitucional à liberdade de direitos
religiosos e que a instalação de sua estátua de 2,3 metros do ídolo do
século 14, sentado e acompanhado por duas crianças sorridentes,
demonstraria tolerância religiosa.
“Se você vai erguer um monumento religioso, então deve estar aberto a
outros, e se você não concorda com isso, então não tenhamos nenhum”,
disse a cofundadora do Templo Satânico em Arkansas, Ivy Forrester, uma
das organizadoras da manifestação.
A estátua de Baphomet não pode ser instalada por causa de uma lei de
2017 que exige patrocínio legislativo para consideração de qualquer
monumento. O grupo satanista a retirou do local no final do dia.
O monumento aos Dez Mandamentos no Capitólio do Arkansas foi
patrocinado pelo senador republicano Jason Rapert e instalado
discretamente em 2017. Menos de 24 horas depois, um homem jogou seu
carro contra ele e o destruiu. O mesmo homem destruiu um monumento aos
Dez Mandamentos do lado de fora do Capitólio estadual de Oklahoma.
O Templo Satânico encerrou sua campanha para instalar uma estátua de
Baphomet naquele estado depois que a Suprema Corte de Oklahoma
determinou que o monumento aos Dez Mandamentos era inconstitucional e
determinou que ele fosse retirado.
Rapert disse em um comunicado na internet que ele respeita os
direitos dos manifestantes garantidos na Primeira Emenda, mas também os
chamou de “extremistas” e disse que “será um diz muito frio no inferno
antes que uma estátua ofensiva nos seja imposta de forma permanente no
terreno do Capitólio Estadual do Arkansas”.
Havia uma significativa presença policial na manifestação, que foi
pacífica. Um pequeno grupo de contramanifestantes, exibindo cartazes com
versículos da Bíblia, circulou tranquilamente pelas proximidades, em
alguns momentos entoando cânticos religiosos.
Um orador – um ministro cristão – foi interrompido por um
contra-manifestante que gritava, mas a polícia escoltou o homem, que
carregava uma grande estaca de madeira, para longe do palco.
O Templo Satânico quer se unir a um processo de discriminação
religiosa contra o estado do Arkansas, movido pela União de Liberdades
Civis Americana. Um juiz ainda irá decidir se os satanistas podem se
unir ao caso.
*G1
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