Sexo em qualquer lugar: resort oferece oficina de Kama Sutra, praias de nudismo e festas picantes
Foto: Divulgação
Pode (ou deve) andar nu em quase todo espaço e também está liberado transar em qualquer lugar – das piscinas às espreguiçadeiras. Festas diárias com temas apimentados (noite da lingerie, por exemplo) são consideradas as melhores da região. Todos entram no clima e muitos capricham com cinta-liga e chicote em punho.
Essa é a rotina soltinha do Hedonism II, resort pé na areia de frente para o mar caribenho da região de Negril, na Jamaica, ideal para quem busca uma viagem liberal. O nome não é à toa: hedonismo, filosofia grega que coloca o prazer como o foco principal da vida, é o que dita as regras (ou ausência delas) neste paraíso da liberdade adulta.
Viagens liberais
Nele, o público predominante está acima dos 40 anos e muitos são europeus e norte-americanos atrás de tranquilidade, cenários paradisíacos, além, é claro, de troca de casais e sexo a três.
Pelados por todos os lados
Uma placa avisa: a partir deste ponto, nada de câmeras, celular ou… roupas. Foto: Andrea Miramontes
Para quem não é naturista, como eu, abrir a porta do quarto e topar com pelados em direção à praia pode parecer estranho em um primeiro momento, mas logo tudo fica trivial.
As duas praias exclusivas estão separadas apenas por uma placa: uma é de roupa opcional, e outra, de nudismo. Todos andam pelados nas duas, mas na praia naturista, não ouse entrar biquíni ou sunga. Fui expulsa na minha tentativa. A regra é clara.
As alas dos quartos também se dividem nos mesmos critérios e em ambas há opções de suítes com banheira de hidromassagem.
Dentro do resort, piscinas, jacuzzis, além de bosque com trilhas, espaço para piquenique e árvores gigantes com escadas para acessar o topo só aceitam os pelados.
Vestidos, “pero no mucho”
Nos restaurantes, há código de vestimenta, bem como na recepção e no buffet do café da manhã. Porém, nada tão corriqueiro: valem roupas sedutoras e genitais apenas cobertas por adesivos ou pompons. Tudo com bom humor.
No palco do buffet principal, há shows noturnos diários com temática sensual que vão de violonista que interpreta clássicos de fio-dental a danças, circo e strip-tease bem coreografado por bailarinos profissionais do resort.
Após os shows, acontecem as festas, tanto na danceteria com pole dance, como na praia e nas piscinas.
Além da balada da lingerie, temas provocativos incluem a noite da school girl, do couro e pool party da espuma.
E a noitada continua
Após as 22h, o spa vira o playroom (“quarto de brincadeiras”) e ninguém é de ninguém. O local lembra a sala secreta do galã de “50 Tons de Cinza”: adornado por paredes cor de vinho, grades douradas e brinquedinhos sexuais, o local ferve para quem quer se divertir em grupo. Mas se não topa brincar, nem entre.
Palácio Kama Sutra
O local de nome sugestivo oferece massagens tântricas e todos os dias há workshop do famoso manual hindu de práticas eróticas escrito entre os séculos 3 ou 4.
Em quatorze colchões no chão, casais ficam de frente para a tela do projetor nus ou não – meu namorado e eu, além dos professores, éramos os únicos vestidos na sala.
A aula de uma hora aborda anatomia humana, truques sexuais, acessórios, além, é claro das famosas mais de 500 posições sexuais descritas no livro e técnicas de toque, respiração e preliminares.
Todos os ensinamentos podem ser colocados em prática ali mesmo – desde que a transa seja como o Kama Sutra recomenda: com calma e paciência.
Ao contrário das quadras de tênis logo ao lado, que só vimos vazias, a sala do Kama Sutra lota 15 minutos antes do começo da aula.
Não perdi uma lição nos cinco dias de estadia e achei até que voltaria com um diploma.
Diversão até para os tímidos
No esquema all-inclusive, a estrutura de 90 mil metros quadrados impressiona. Há esportes náuticos, seis piscinas, jacuzzis espalhadas no complexo, spa, quadras esportivas, cinco restaurantes e bares.
Até mesmo nas piscinas as bebidas alcoólicas estão liberadas e o programa pode ser mesmo bebericar rum jamaicano durante as partidas de sinuca aquática (sim, as mesas ficam parcialmente imersas).
Pelados ou não, hóspedes podem usar, sem taxa, barcos para snorkeling, mergulho com cilindro, velas e caiaques.
Há oportunidade também de explorar a ilhota Booby Cay, que fica a 10 minutos de remada. Reme pelado se quiser, mas não dispense o colete salva-vidas e aproveite um cenário de tirar o fôlego.
Amizades (sem benefícios) e liberdade: o que fica da experiência
Não pense que a abordagem nas piscinas, praias e festas é ostensiva, muito longe disso. Em nenhum momento me senti constrangida, e, pelo contrário, fiz amizades de viagem sem qualquer conotação sexual.
O resort quatro estrelas com proposta adulta é divertimento garantido para quem tem cabeça aberta, bom humor e está disposto a eliminar qualquer olhar preconceituoso sobre o outro.
Como chegou ao final do texto, resta a dúvida se eu, não-naturista, consegui passear, remar o ou mesmo jogar uma partida de vôlei pelada.
Confesso que foi difícil me despir publicamente, mas fiz meu primeiro topless, que me trouxe uma sensação enorme de liberdade. Em uma próxima oportunidade, certamente não vai sobrar a parte de baixo do biquíni.
A repórter viajou a convite do resort Hedonism II.
UOL
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