Talento de Edmundo impediu que jogo ‘comprado’ tivesse resultado manipulado
Virou rotina no Campeonato Brasileiro: a cada rodada disputada, uma “chuva” de reclamações sobre o desempenho dos árbitros. E a questão não chega a ser novidade. Em 2005, após o escândalo da “Máfia do Apito”, liderada por Edilson Pereira de Carvalho, 11 jogos foram anulados e disputados novamente.
Mas não foram todos que tiveram o placar definido pelo juiz. Em uma das partidas, o talento de um craque impediu o resultado manipulado.
Logo na primeira partida do Brasileiro daquele ano que agiria para mudar o resultado, Edilson encontrou o atacante Edmundo pela frente.
Logo na primeira partida do Brasileiro daquele ano que agiria para mudar o resultado, Edilson encontrou o atacante Edmundo pela frente.
“Fui para o jogo com a finalidade de ajudar o Juventude. Mas não teve sequer uma ajuda. Ele destruiu o jogo [três gols marcados]”, disse o árbitro em entrevista ao “Fantástico”, da TV Globo, recordando o Figueirense 4 x 1 Juventude de 24 de julho de 2005.
“Aquilo foi muito duro para o nosso time na época. Fez falta lá na frente. Ganhamos por 4 a 1 no jogo anulado e depois perdemos dois pontos no jogo remarcado [empate por 2 a 2]. No fim acabamos salvando do rebaixamento”, recordou Edmundo, então atacante do Figueirense e hoje comentarista da TV Bandeirantes.
Edmundo ainda lembrou outra perda que teve em campo.
Edmundo ainda lembrou outra perda que teve em campo.
“Aquele jogo fez falta especialmente para mim. “Eu sou o terceiro maior artilheiro do campeonato brasileiro, exatamente três gols atrás do Romário. Isso não conta muito, não tem muito valor financeiro, mas historicamente isso fez diferença”.
Mesmo com o prejuízo da época, Edmundo faz uma análise fria do momento da arbitragem e defende os juízes de futebol no Brasil.
Mesmo com o prejuízo da época, Edmundo faz uma análise fria do momento da arbitragem e defende os juízes de futebol no Brasil.
“Não sou apenas contra a arbitragem. Eles deveriam ter uma segurança maior, sou a favor do percentual eles pleiteavam de direito de Arena, sou a favor da profissionalização dos árbitros para que eles tenham uma remuneração maior e com isso uma responsabilidade maior. E a posição deles é muito injusta. As pessoas que criticam e que julgam os árbitros têm uma infinidade de recursos, vê 500 vezes para tirar a conclusão.
Eles têm fração de segundos. Penso que eles deveriam contar com recursos. É dever da FIFA, da CBF, dos órgãos organizadores investir nisso para tirar um pouco a responsabilidade dos árbitros. Eles ficam muito com a bunda na janela”, analisou o ex-atleta.
Por fim, o sempre polêmico Edmundo ainda disse que a Máfia do Apito de 2005 está longe de ser o maior escândalo do futebol brasileiro. “Não foi a pior e nem a única. Se investigar bem, tem outras irregularidades. Essa foi apenas a que revelaram”, finalizou.
Por fim, o sempre polêmico Edmundo ainda disse que a Máfia do Apito de 2005 está longe de ser o maior escândalo do futebol brasileiro. “Não foi a pior e nem a única. Se investigar bem, tem outras irregularidades. Essa foi apenas a que revelaram”, finalizou.
*UOL
Postado em 8 de setembro de 2015