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Foto: Michel Filho / Agência O Globo |
O dentista de Eduardo Campos, doutor Fernando Cavalcanti, que trata a família durante 25 anos, disse, nesta sexta-feira, que não será possível a identificação do corpo do candidato à Presidência da República e nem de nenhum dos demais que estavam no voo pelas arcadas dentárias. Segundo o médico, que acompanhava as buscas no local do acidente, os fragmentos de corpos encontrados só poderão ser reconhecidos por exames de DNA.
De acordo com ele, restos mortais foram encontrados espalhados por 15 casas.
– Infelizmente, não foi achado nada. O estrago foi muito grande. Não foi possível fazer o reconhecimento pela arcada, somente pelo DNA – disse, ao complementar:
– É um cenário muito triste. Se disser que é um amontado de barro ou papel, você vai acreditar.
Só que sabemos que são restos humanos. Os corpos foram pulverizados. Tinha restos de corpo em 15 casas, tem que montar o quebra-cabeça – afirmou o dentista que admitiu que não serão encontradas todas as partes das vítimas.
RETOMADA DAS BUSCAS
O Corpo de Bombeiros retomou as buscas na manhã desta sexta-feira por vestígios da aeronave e dos corpos das vítimas no local do acidente com o avião do então candidato à Presidência da República Eduardo Campos, em Santos, no litoral paulista.
O trabalho havia sido encerrado às 19h de quinta-feira, mas o acesso a um ponto onde foram localizados mais pistas motivou a volta dos policiais. Peritos da Aeronáutica e da Polícia Federal devem continuar trabalhando nos próximos dias, segundo o capitão Marcos Palumbo, porta-voz do Corpo de Bombeiros:
– Na área do bambuzal, no fundo do terreno onde ocorreu o acidente, encontramos uma série de pequenas peças, de centímetros, e de restos mortais que estão sendo enviados para o Instituto de Criminalística, em São Paulo.
Os trabalhos estão concentrados em uma área de 10 metros quadrados, onde os bombeiros estão tirando as raízes dos bambuzais à procura de peças do avião. Segundo funcionários da Aeronáutica, os fragmentos mais importantes para a investigação das causas da queda já foram retiradas na quarta-feira.
MAPEAMENTO AÉREO
A Polícia Federal interditou dois quarteirões nesta sexta-feira em torno da área onde caiu a aeronave de Campos para fazer o mapeamento aéreo do local. A interdição é maior até do que a realizada no dia do acidente.
Segundo agentes federais, será utilizado um drone para fazer o trabalho de mapeamento. Os policiais querem descobrir se a aeronave bateu em algum prédio antes de cair.
A Polícia Federal faz fotos do local e usa um scanner para, depois, recriar o cenário do dia da queda e estudar o trajeto do avião.
Equipes do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) também estão no local.
A Defesa Civil liberou 12 dos 15 imóveis atingidos pela aeronave e por fragmentos, e os moradores retornaram para as residências. Ainda estão interditados uma academia de ginástica, na Rua Alexandre Herculano, e dois apartamentos de um prédio na Rua Vahia de Abreu.
O Globo