Trama que resultou em morte de universitária espalha indignação no Sul de Minas
Um crime bárbaro e seu desfecho surpreendente alimentam o clima de comoção que desde a noite de terça-feira toma conta de Extrema, no Sul de Minas, na divisa com São Paulo. O esclarecimento do assassinato da universitária Larissa Gonçalves de Souza, de 21 anos, desaparecida desde 23 de outubro, espalhou indignação entre os mais de 33 mil habitantes do município, a 484 quilômetros de Belo Horizonte. Segundo a polícia, a morte foi consequência da descoberta do relacionamento entre o namorado dela, o modelo Luccas Rodrigo Gamero, de 22 anos, e o patrão dele, o comerciante José Roberto dos Santos Freire, de 35. A informação é do delegado Valdemar Lídio, que investiga o caso.
Luccas nega envolvimento, mas teve a prisão temporária de 30 dias decretada ontem, depois de cair em contradição em três depoimentos. De acordo com a Polícia Civil, há dois meses Larissa havia lido uma mensagem trocada entre o rapaz e o comerciante, e desde então vinha pressionando o namorado. A revolta na cidade é tamanha que a loja de que José Roberto é sócio foi depredada e incendiada. Os dois investigados foram levados para o presídio de Pouso Alegre.
José Roberto, que também montou uma agência de modelos, foi preso na terça-feira, mesmo dia em que o corpo da estudante foi encontrado em adiantado estado de decomposição, em uma ribanceira em Extrema.
Em depoimento, ele confessou ter contratado um casal para sequestrar Larissa – namorada de seu funcionário, com o qual ele afirma que mantinha um relacionamento. Ontem à tarde, enquanto Luccas depunha, moradores da cidade faziam um protesto em frente à delegacia, clamando por justiça.
No grupo estava a mãe da estudante, Nicéia de Oliveira Souza, que resistia em acreditar no envolvimento do rapaz. “Até que se prove o contrário, não creio na participação dele”, disse ela.
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Postado em 5 de novembro de 2015