Vacina chinesa feita com Sars-CoV-2 inativo é segura e induz resposta imune, destaca estudo publicado no The Lancet
(Foto: National Cancer Institute/Unsplash)
De acordo com um estudo publicado nesta quinta-feira (15) no The Lancet Infectious Diseases, pesquisadores chineses divulgaram que uma candidata à vacina desenvolvida e testada na China com base no vírus Sars-CoV-2 inativado é segura e induz uma resposta imune em pessoas saudáveis. Os testes foram realizados entre 29 de abril e 30 de julho deste ano e envolveu mais de 600 voluntários.
A vacina, chamada BBIBP-CorV, demonstrou ser segura e bem tolerada em todas as doses testadas, sem relatos de reações adversas graves. O efeito colateral mais comum confirmado pelos voluntários foi dor no local da injeção.
O imunizante usado no estudo é baseado em uma amostra do vírus que foi isolada de um paciente na China. O microrganismo foi cultivado em laboratório usando linhagens de células e, em seguida, inativado por uma substância química chamada beta-proprionolactona. O BBIBP-CorV inclui uma mistura do vírus morto com outro componente, o hidróxido de alumínio, chamado de adjuvante porque é conhecido por aumentar as respostas imunológicas.
Resultados
O objetivo principal dos testes de fase 1/2 era avaliar a resposta imune e a segurança da vacina, observando pessoas com idades entre 18 e 80 anos. Os participantes com 60 anos ou mais demoraram mais para desenvolver uma resposta imune, levando 42 dias para que anticorpos fossem detectados em todos os participantes dessa faixa etária. Em comparação, foram 28 dias entre os voluntários de 18 a 59 anos.
Além disso, os níveis de anticorpos também foram mais baixos entre aqueles com 60 e 80 anos: eles apresentaram uma média de anticorpos neutralizantes de 170,9 após receberem uma dose de vacina de 8 microgramas (µg), enquanto os mais jovens tiveram uma média de 228,7.
“Proteger pessoas mais velhas é o principal objetivo de uma vacina para Covid-19 bem-sucedida, pois essa faixa etária está em maior risco de formas graves da doença”, afirma, em nota, o professor Xiaoming Yang, coautor do estudo e pesquisador do Instituto de Pequim de Produtos Biológicos, na China. “No entanto, as vacinas às vezes são menos eficazes neste grupo porque o sistema imunológico enfraquece com a idade. Portanto, é encorajador ver que o BBIBP-CorV induz respostas de anticorpos em pessoas com 60 anos ou mais, e acreditamos que isso justifica uma investigação mais aprofundada.”
*Galileu