Vacina contra Covid testada em Natal tem 100% de eficácia, diz pesquisadora
Vacina contra a covid-19 foi testada também no Rio Grande do Norte
A vacina contra a covid-19 do laboratório Sichuan Clover Biopharmaceutical tem 100% de eficácia para casos graves. É o que afirma a médica Sue Ann Costa Clemens, professora da Universidade de Oxford e coordenadora dos testes do imunizante Brasil. A informação foi dada à CNN Brasil, nesta quinta-feira (23). O Rio Grande do Norte foi um dos estados que teve pessoas participando dos estudos.
Segundo a média, o resultado para as variantes que evoluem para os quadros mais severos da Covid-19, também é de 100%, incluindo a Gama e a Delta, que mais circulam no Brasil. Já para os casos leves a moderados, independente da variante, a eficácia foi de 83%.
Pelo que afirmou à CNN, a médica garante que o estudo atestou a eficácia do imunizante através da quantidade de anticorpos no sangue, levando em consideração se esses anticorpos protegem, e a imunidade celular, reafirmando uma maior proteção e uma maior memória imunológica. O imunizante, contudo, ainda não tem registro para utilização, apesar de solicitações na China, União Europeia e OMS. No Brasil, o trâmite com a Anvisa ainda está em curso.
“Essa é uma vacina que mostra eficácia em todos os casos que foram sequenciados, além de já ter provado eficácia tanto em pessoa soronegativa e soropositiva, que já tinham sido previamente infectadas. Também é importante destacar que, durante os estudos, em todos os casos sequenciados, não foi detectado nenhum da cepa original. Isso mostra ao mundo que a cepa original está quase inexistente e veio sendo substituída pelas variantes”, disse a médica que atuou no estudo.
Estudo
No Rio Grande do Norte, foram vacinados voluntários entre 18 e 55 anos, residentes em Natal e região metropolitana, que não tivessem com sintomas de Covid-19 e que não estavam vacinados contra a doença, em abril. Ao todo, 12.000 voluntários foram recrutados no Brasil, distribuídos entre Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro e no Rio Grande do Norte.
O estudo foi ‘cego’, ou seja, parte dos voluntários recebeu a vacina em teste e outra parte recebeu o placebo, que não possui efeito algum. Os participantes não foram informados qual receberam até o final da pesquisa, quando os que receberam o placebo foram informados e receberam a vacina gratuitamente.
*Tribuna do Norte